terça-feira, 13 de julho de 2010

Integração, conhecimento e... namoro?


08.06.10

A escola é um local de aprendizado, integração e, por que não?, de namoro. Com a proximidade do Dia dos Namorados, é necessário pensar no assunto e debater sobre a melhor maneira de lidar com o tema, tão recorrente no dia a dia escolar.

A escola sempre foi um terreno fértil para o desenvolvimento de vínculos afetivos, sejam eles de amizade ou amorosos. De acordo com Patrícia Cuocolo, psicóloga com formação em Pedagogia Profunda e formação para educadores no Instituto Brincante, é muito natural começar a namorar dentro do colégio. “Enquanto adolescentes, eles precisam dessa vivência, pois passam a maior parte do tempo lá. Os vínculos mais importantes são feitos na escola”, explica.

Mas as instituições de ensino têm regras e impõem algumas condições com relação ao namoro dentro de sala de aula, por exemplo. “Quando os alunos não têm limite, procuramos orientá-los. Ao estar num espaço público, o estudante precisa ter bom senso para não constranger os outros colegas e também o professor”, diz Patrícia Pereira Moraes, coordenadora pedagógica da Escola Estadual Professor Murilo Braga, em São João de Meriti.

Parceria escola-família

Em situações extremas, quando a conversa com os alunos não surte efeito, vale a pena entrar em contato com os responsáveis. A parceria escola-família contribui para o pleno desenvolvimento do aluno. De acordo com a diretora da Escola Estadual Califórnia, em Nova Iguaçu, Janete Rodrigues de Freitas, a escola deve intervir se achar que o relacionamento dos estudantes está prejudicando o rendimento do casal. “Já entramos em contato com pais de alunos em alguns momentos, mas só quando achamos que estão extrapolando limites”, afirma, lembrando que nem sempre o namoro é ruim. “Em alguns casos, houve uma recuperação dos alunos, já que as namoradas pegam no pé dos meninos e eles melhoram suas notas consideravelmente.”

Rosana Leite, diretora do Centro Interescolar Estadual Miécimo da Silva, de Campo Grande, também acredita que, em alguns casos, o namoro melhora o desempenho escolar. “Na semana passada, uma mãe me procurou para contar que o comportamento da filha ficou melhor depois que passou a namorar um menino daqui. Ela disse que a garota ficou mais dócil”, conta Rosana.

Mas a responsabilidade por um bom comportamento não é só da escola. Patrícia Cuocolo, que há 13 anos se dedica à construção das bases da nova educação, atende crianças, adolescentes, famílias e escolas, afirma que as escolas que investem em orientação sexual são as que melhor resolvem a questão do namoro. “Tudo que é negado dentro de uma instituição vai aparecer como sintoma. Além disso, o papel da família na educação sexual dos jovens é fundamental. Não é justo delegar essa função à escola somente”, afirmou.

A preocupação é que o relacionamento não atrapalhe o processo pedagógico. Nesse caso, a função do gestor é a de mediador e de condutor de práticas educativas que possam gerar o pleno desenvolvimento do aluno, em todos os âmbitos.

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