segunda-feira, 13 de abril de 2009

Educação qualifica animadores culturais
Por Kamilla Uhl
Foto: Check


Qualificação dos animadores culturais prossegue até amanhã, no Trianon

O I Programa de Qualificação Profissional para os 123 Animadores Culturais da secretaria municipal de Educação foi aberto na manhã desta segunda-feira (6) pela secretária Auxiliadora Freitas, na sede da Fundação Municipal de Esportes (FME). O evento termina na quarta-feira (8), às 10h, com a entrega dos certificados.

A palestrante da manhã desta segunda-feira foi a mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Fundação Darcy Ribeiro (Fundar-RJ), Maria Augusta Bittencourt, que falou sobre um novo "Panorama Darciliano na Animação Cultural como via de mão dupla entre escola e comunidade". O antropólogo Darcy Ribeiro levou o cargo de animador cultural para o âmbito escolar na década de 80.

Auxiliadora, seguindo o projeto educacional de Darcy, que também foi etnólogo da Universidade de São Paulo (USP), foi a responsável pela criação do cargo em Campos, em 1997, ainda por meio de contratos, quando foi secretária de Educação no governo do ex-prefeito Anthony Garotinho. O primeiro concurso para a função veio em 2003, quando Auxiliadora também ocupava o cargo.

A secretária homenageou o poeta Antônio Roberto Fernandes, falecido ano passado, e pontuou que Darcy era um homem à frente do seu tempo, sendo o responsável pela criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). "Ele ainda está vivo, pois suas idéias são muito atuais e nos apontam caminhos para hoje e para o futuro, o que exige de nós a necessidade de 'darciribeirizar' nossa educação", disse.

A palestrante lembrou os esforços feitos por Darcy Ribeiro, que militou em prol do desenvolvimento do povo brasileiro em diversas áreas. Ela iniciou a palestra lendo um trecho do livro do antropólogo "Cartas de Darcy", no qual questiona o papel do acadêmico e do intelectual neutro, "sem causa". Na obra, ele coloca o período escravocrata no país como causa profunda dos estragos da Educação. "É importante que os animadores culturais usem sua potência para trabalhar a riqueza de expressão cultural e organização social do país dentro das escolas", alertou.

Ela desenvolve atividades em diversas cidades do estado do Rio de Janeiro, como Nova Iguaçu. Na sua opinião, a escola deve facilitar que as crianças e os jovens conheçam o mundo, além de permitir que eles entrem no mundo letrado. "Darcy batalhava para que a educação não fosse um "faz de conta", evitando que produza analfabetos", analisou.

A conferencista, que foi integrante da coordenadoria de Animação Cultural no segundo Programa Especial de Educação do governo Leonel Brizola, falou de seu entusiasmo com os animadores do município. "Fico feliz de ver a ebulição dos animadores culturais em Campos, que é o município com mais profissionais deste setor do Estado do Rio de Janeiro", disse.

O diretor do departamento de Animação Cultural da Smec, Wilson Heidenfelder, destacou que o evento está promovendo a unidade da categoria. "Muitos animadores ainda não se conheciam. Eles estão tendo a oportunidade de se integrar".

A abertura do evento contou com edição especial do Hino Nacional feita pelo Sebrae, tocado e cantado por artistas da Música Popular Brasileira, como capoeiristas, sambistas, carnavalescos e repentistas, expressando as diversas manifestações culturais do país, como, por exemplo, o forró, o samba e frevo. Os animadores culturais encenaram o espetáculo teatral "Eu sei, mas não devia", da escritora Marina Colassanti.

Participaram ainda do evento, a diretora de Teatro da Fundação Teatro Municipal Trianon e animadora cultural, Neusimar da Hora; o diretor do Museu Olavo Cardoso, Maurício Xexéo; o presidente da Fundação Municipal de Esportes, Magno Prisco, e a professora de Artes Cênicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF), Raquel Fernandes

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